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sábado, junho 25, 2005

Poemas de Manoel de Barros 2

Assim é que elas foram feitas (todas as coisas) -
sem nome.
Depois é que veio a harpa e a fêmea em pé.
Insetos errados de cor caíam no mar.
A voz se estendeu na direção da boca.
Caranguejos apertavam mangues.
Vendo que havia na terra dependimentos demais
E tarefas muitas -
Os homens começaram a roer unhas.
Ficou certo pois não
Que as moscas iriam iluminar
o silêncio das coisas anônimas.
Porém, vendo o Homem
Que as moscas não davam conta de iluminar o
silêncio
das coisas anônimas -
Passaram essa tarefa para os poetas.
............................................................................................................Conheci a poesia de Manoel de Barros através do livro "O LIVRO SOBRE NADA", presente de Ramone Abreu, que na dedicatória escreveu que era a bela oportunidade de conhecer o olhar fotográfico (de poeira e nuvens) e a alma andarilha desse autor.
Gostei tanto do livro que comprei "O LIVRO DAS IGNORÃÇAS" (diga-se de passagem - maravilhoso).

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